A Santa Casa de Misericórdia de Itapeva apresentou sua prestação de contas aos vereadores nesta quinta-feira (7), após a sessão ordinária da Câmara. Segundo os números apresentados, o hospital acumulou um déficit de quase R$ 630 mil entre janeiro e julho, mas segue com planos de expansão de serviços para tentar repor essa balança financeira.

Eles destacaram o trabalho conjunto como ferramenta para garantir os trabalhos da entidade. “A gente está buscando, junto ao Condersul, uma integração, porque a Santa Casa não é só de Itapeva, nós atendemos toda a região. Nosso compromisso está nos valores que seguimos diariamente e o fortalecimento da Santa Casa é responsabilidade de todos, da diretoria, dos vereadores. Se queremos ter uma saúde regional digna, precisamos unir forças”, destacou Kiko Stuart, diretor financeiro da Santa Casa.

Nesse trabalho de integração, ele também reforçou aos vereadores sobre a importância da destinação de emendas impositivas à entidade e pediu a ajuda deles nas conversas com deputados, senadores, outros Municípios da região e com o povo. “A Santa Casa vem em uma mudança recente e pretendemos estar próximos à população. Reconhecemos que a Câmara Municipal é o agente político mais próximo ao povo que nós atendemos”.

De acordo com a prestação de contas, a Santa Casa teve R$ 65,1 milhões em receita e R$ 65,7 em despesas entre janeiro e julho, resultando em um déficit operacional de R$ 628 mil. Stuart destacou que esses valores contam com o superávit dos atendimentos não-SUS, que amenizam o déficit dos atendimentos do SUS. Até junho, houve superávit de R$ 5,5 milhões no não-SUS e déficit de R$ 5,8 milhões no SUS.

“Nós deixamos de fazer muita coisa que deveria ser feita com esse superávit do não-SUS: melhoria de atendimento, compra e manutenção de equipamentos, manutenção predial, dar uma assistência melhor aos pacientes e não conseguimos fazer isso porque a gente conta as moedas. A situação está controlada, mas não está boa”.

Nessas condições, a Santa Casa de Misericórdia já conseguiu realizar 3.046 cirurgias entre janeiro e julho, das quais 2.824 (92,7%) em urgência e emergência e 222 (7,3%) eletivas. O número de procedimentos vem crescendo e julho representou um recorde no ano, com 472 operações de urgência e emergência e 66 eletivas.

Os novos projetos da Santa Casa

Além de detalhar como está a situação atual do hospital, Kiko Stuart também apresentou os projetos que a Santa Casa vem executando ou planejando para ampliar suas receitas e seu atendimento.

Na parte financeira, ele destacou o projeto Adote um Quarto SUS, que já tem oito quartos (totalizando 20 leitos) adotados e reformados em parcerias com empresas; e a Filantropia Premiável, que será uma modalidade de título de capitalização com 4% do valor bruto das vendas destinado à instituição, com expectativa de retorno de R$ 40 a 80 mil por mês.

A área de gestão também tem novidades, com parcerias e trocas de ideias e indicadores com outras Santas Casas e com a Federação dos Hospitais Beneficentes de São Paulo (Fehosp); a implantação de um novo sistema de gestão de custos; a implantação de um sistema de compras eletrônico que deve representar uma economia de R$ 800 mil até o fim do ano; e a centralização da estrutura administrativa, hoje dispersa entre diferentes espaços.

“A centralização administrativa é um sonho. Você vai na Santa Casa hoje, o financeiro está em uma área, a engenharia está em outro prédio, RH em outro. Existe uma perda de gestão. Já temos um projeto para centralizar toda a administração da Santa Casa, levar para o quarto andar, em cima do prédio da oncologia”.

E no espaço deixado pela administração, a ideia da Santa Casa é de instalar uma nova clínica de especialidades. “É um avanço estratégico para a nossa cidade e nossa região, porque nós não queremos que a nossa população saia daqui para Sorocaba para ser atendida em uma especialidade que aqui não tem. Nós queremos trazer o especialista aqui, nem que seja um dia da semana, com consultas agendadas. Precisamos ter esse processo organizado em um ambiente de qualidade”.

Além disso, Kiko também listou outros projetos que estão em fase de estudo, negociação ou esperando pareceres de órgão reguladores: habilitação radioterápica, ampliação da UTI Neonatal (+10 leitos), ampliação da hemodiálise (+8 leitos), entrada na Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE), Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), reestruturação do banco de sangue, laboratório de análises clínicas, credenciamento de novas especialidades, atendimento externo de engenharia clínica e reorganização da central de atendimento, entre outros pontos.

A 45ª Sessão Ordinária de 2025

Antes da apresentação da Santa Casa de Misericórdia, o plenário da Câmara recebeu uma sessão ordinária na qual os vereadores começaram a votar o projeto de lei 113, que prevê isenção de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para pessoas com câncer, HIV/Aids, deficiências renais crônicas, Alzheimer, Parkinson, esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla, sequelas de AVC e transtorno do espectro autista.

Há algumas regras para a aplicação do benefício, como restrições para que a renda familiar líquida dos moradores não ultrapasse três salários mínimos, que o proprietário não possua outro imóvel e que a área construída não ultrapasse os 120m². Essa proposta ainda volta para uma nova votação em segundo turno na próxima semana.

Também passaram dois votos de congratulações, homenageando à Companhia de Estudos em Dança Educação Física da FAIT (EDEFF) e o professor Andrei Müzel, pela participação no Maior Festival de Dança do Mundo, em Joinville-SC; e a Igreja do Evangelho Quadrangular da Morada do Bosque pelo 6º aniversário.